Idoso que matou namorada com tiros e golpes de facão é condenado a 17 anos de prisão em MT

O Tribunal do Júri condenou José de Carvalho, de 75 anos, a 17 anos de prisão pelo feminicídio de Magna Alves Gabriel, de 31 anos, ocorrido em agosto de 2019, em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. O julgamento aconteceu na última semana e a sentença foi divulgada nesta quarta-feira (12).

De acordo com a decisão, José efetuou dois disparos contra a vítima, arrastou-a até o portão e desferiu golpes de facão. Inicialmente, a investigação apontava que ele também a teria atropelado com sua caminhonete, mas o julgamento não mencionou esse fato.

O réu foi condenado por feminicídio e teve negado o direito de recorrer em liberdade. Além da pena de prisão, ele deverá pagar 10 dias-multa, custas processuais e uma indenização por dano moral no valor de 15 salários mínimos.

Embora a pena devesse ser cumprida em regime fechado, devido à idade avançada e ao estado de saúde do réu, o conselho decidiu mantê-lo em prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico. A defesa tem 10 dias para apresentar exames e laudos médicos sobre sua condição atual, conforme determinado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).

Relembre o caso

Magna Alves Gabriel foi encontrada morta no dia 18 de agosto de 2019, em frente à casa de José, com quem mantinha um relacionamento há cerca de dois anos. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou socorro, mas a vítima não resistiu aos ferimentos.

José foi preso no dia seguinte e, durante o interrogatório, alegou que Magna o ameaçou de morte após ele terminar o relacionamento. Segundo ele, sua condição de saúde o impedia de manter relações sexuais, o que teria motivado as brigas.

As investigações apontaram que José atirou duas vezes na região abdominal da vítima e, em seguida, a arrastou para fora da casa, onde utilizou um facão para golpeá-la na cabeça. Testemunhas relataram ter ouvido tiros e visto o suspeito atropelar a vítima com sua caminhonete.

Embora tenha assumido o crime, José negou ter usado o facão ou atropelado Magna. Ele alegou que agiu em legítima defesa.